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sexta-feira, 16 de julho de 2010
ENXERGANDO ALÉM DAS ESTRUTURAS!
Quanto mais adentramos no século XXI, mais evidente vai se tornando o conflito entre hierarquias rígidas e criação de conhecimento, o recurso mais cobiçado de nossos dias.
Por isso mesmo, com o passar dos anos, experiências exitosas de empresas que adotam novos formatos organizacionais, menos burocratizados, objetivando construir ambientes propícios à criação e compartilhamento de conhecimento, começam a ser melhor estudadas e compreendidas. Muitos livros texto tem surgido recentemente falando sobre as qualidades revitalizadoras de tais estruturas.
É muito legal que esse tema comece a ser tratado de forma mais freqüente, mas daí a achar que simplesmente mudando estruturas transformamos qualquer organização em uma "fábrica" de inovações vai uma grande diferença.
Explico, em cinco pontos, o porquê da minha descrença:
Ponto 1 - Qualidade dos Recursos Humanos
Qualquer que seja o formato organizacional utilizado, a chance de sucesso do mesmo varia na razão direta da qualidade dos recursos humanos envolvidos. Não adianta simplesmente desmontar as jaulas e soltar as feras. Pessoas qualificadas tem mais facilidade em perceber o sentido e a intensidade dos ventos da mudança e são mais conscientes da necessidade de promover alterações que visem garantir a sobrevivência e a efetividade do(s) negócio(s) nos quais estejam inseridos. Pessoas com baixa qualificação, ao contrário, enxergam, na mudança, a face do risco, mas não a da oportunidade.
Ponto 2 - Característica Setorial
Embora a inovação esteja, hoje, inoculada em praticamente todos os produtos e serviços, certas especificidades do(s) setor(es) no(s) qual(is) a organização esteja inserida, como tipo do bem, tamanho do mercado, existência de substitutos, abertura à concorrência, entre outros, podem ampliar ou retardar a necessidade de mudança. Fórmulas que deram certo em um setor podem fracassar em outro, e vice-versa. Nos governos, de uma forma geral, amarras legais tendem a dificultar esse processo. Quanto mais aberto e globalizado for o setor, maior será a necessidade de mudar para sobreviver.
Ponto 3 - Cultura
Formatos novos em cabeças velhas tendem a acentuar resistências e conduzir a organização no sentido oposto ao pretendido. Nos tempos atuais, onde a mudança e a incerteza predominam, organizações culturamente abertas ao novo tem melhores condições de ir para a frente, quando comparadas a outras que atuem no mesmo setor, mas que não possuam essa característica. As primeiras vão enxergar novos formatos como recurso, as últimas, como modismo, afinal isto as ajudará no discurso do atraso.
Ponto 4 - Conhecimento do Problema
Sub-produto da qualidade dos recursos humanos, o conhecimento do problema é resultado da transformação de competências individuais em resultados organizacionais. Isto envolve não só mudanças na estrutura burocrática como a maestria na utilização dos modelos, métodos e técnicas gerenciais mais adequados face os atuais e futuros processos de trabalho daquela organização.
Ponto 5 - Adequação Tecnológica
Utilizar as melhores tecnologias da informação e comunicação para cada problema a ser atacado, é, hoje, condição determinante para o sucesso das organizações. Entidades defasadas, do ponto de vista dos recursos tecnológicos, tendem a superestimar o poder dos mesmos e conferir a eles poderes milagrosos inexistentes, mas normalmente presentes no discurso de venda dos fornecedores. Organizações com boa vivência tecnológica, ao contrário, sabem quais ferramentas utilizar sem, no entanto, considerá-las panacéias que substituam ajustes organizacionais e outras mudanças.
Fonte iGovSaber
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